Começou com uma
paixão, paixão já conhecida, paixão normal, esse sentimento ele
já conhecia de cor, já tivera outras paixões, várias outras, com
esse sentimento ele sabia lidar... Só, que a paixão cresceu muito
rapidamente, transformando-se em um sentimento novo, totalmente
desconhecido, um sentimento muito intenso. E logo, esse sentimento
não rotulado, se transformou no maior sentimento possível, no amor.
Ele já havia amado também, mas esse amor era diferente, era mais
forte, mais intenso, infinitamente maior em todos os sentidos... E
com isso, ele não sabia lidar. Amor. Ele estava amando aquela que
ele chamava de amiga, aquela que ele tinha um sentimento lindo de
amizade, aquela que ele dependia para ser feliz. Ela, era essencial
para a felicidade dele. Só que agora ele não a via apenas como
amiga, agora ele queria algo mais. Só que a amizade ainda era
essencial, importante demais para arriscar, tentando conseguir algo
mais... Então, ele ficou calado, guardou esse sentimento por um
tempo. Só que ele não consegue guardar os sentimentos, então, ele
contou para ela o que sentia, mas deixou bem claro o medo de perder
ela de alguma forma, deixou claro que ele queria algo mais, mas que a
amizade era essencial e suficiente, caso ela não quisesse o mesmo
que ele... Ela ouviu os sentimentos dele, mas não se pronunciou
sobre. Ele não sabia o que ela achava, o que ela sentia, o que ela
queria. Conforme o tempo fora passando, o amor, sentimento mais belo,
que ele tinha por ela, foi crescendo, ficando tão grande que ele
nunca tinha imaginado algo assim. Nunca tinha imaginado sentir isso
por ninguém. Algo novo, totalmente novo para ele. Ele estava muito
feliz com a amizade dela, só que ele nunca seria completo somente
com a amizade, ele queria algo mais. E quando ele viu que talvez ele
tivesse um pouquinho que seja de chance de ter algo mais, sem
prejudicar a amizade, ele começou a agir. Sempre conversando com
ela, sempre deixando ela saber tudo que ele sentia, tudo que ele
queria. Até que ele fez o pedido, meio informal, não o fez
pessoalmente. Ela, disse que precisava pensar. E foram longos dias
dela pensando e dele na dúvida que ia deixando-o triste e feliz ao
mesmo tempo. Não foram muitos dias para ela ter a resposta. E a
resposta foi a que ele queria. Ela aceitou. Porém a resposta também
foi meio informal, não sendo pessoalmente. Então, agora eles
precisavam se ver. Só que isso era muito complicado para ela, pois
ela precisava de permissão dos pais para poder sair. E essa
permissão, não chegou tão rápido quanto deveria. E por ciúme,
ele pois tudo a perder. E ela, pela falta de compreensão, deixou que
tudo se perdesse. A amizade, havia se perdido. O que ele tão
sonhava, que estava mais perto da vida real, havia se perdido. Ele
sofrendo. Ela sofrendo, também, talvez. Ela era mais forte com os
sentimentos, talvez ela já os conhecia bem, talvez ela já soubesse
como lidar com eles. Ele, apesar de já tê-los sentido antes, nunca
soubera lidar. Ele não sabia amar. E com isso, ele ia se afogando
mais e mais no mar de ilusões. Até, que meio que por parte dos
dois, eles voltaram a amizade que nunca tivera acabado. Ele resolveu
ir vê-la, pessoalmente. O primeiro encontro. De amizade, é claro.
Mas, o primeiro encontro. Ele, tendo ela, a frente dos olhos, vendo
aquele sorriso, aqueles lábios. Só pensava em beijá-la. Mas, ele
não sabia se ela queria. Ele não queria estragar o momento feliz. E
por mais que fosse forte a vontade de beijá-la, de tê-la. Ele
resistiu. Ficando lá, apenas como amigo. E, depois que ele foi
embora, todos os momentos ficaram se repetindo na mente dele. Cada
momento. Cada detalhe. Cada olhar. Cada sorriso. Cada palavra. Cada
risada. O que aconteceu naquele dia, ficou na mente dele, como se
fosse um filme que ele já tivesse assistido dezenas de vezes. Então,
ele precisava vê-la de novo. Ele precisava da presença dela, mais
do que precisava de ar para respirar. E o acaso, decidiu fazer um
novo encontro dos dois. Se encontraram no ônibus, indo para o Centro
da cidade. Para ele, foi um curto tempo, mas, tempo esse que permitiu
novos momentos, como a segunda parte do mesmo filme. E agora, ele
tinha mais imagens na mente, sendo vistas um milhão de vezes por
segundos. E o amor só aumentava. Em um outro dia, novamente ele foi
vê-la. Mais imagens. Mais memórias. Mais sorrisos. Mais histórias.
Não era fácil para ele vê-la e não poder beijá-la. Mas, ele não
queria fazer nada que não fosse a vontade dela. Ele não queria
estragar nada. Talvez, ela também quisesse, mas ele não era muito
bom em interpretar os sentimentos alheios. Até, que, talvez, por ele
não ter agido, não ter encontrado o melhor momento. Surgiu um
outro. Outra pessoa que fazia ela feliz. Outra pessoa que fazia ela
mais feliz. Talvez, para ela, outro amor. O único amor. E isso
destruiu todas as esperanças dele. Ele ficou sem saber o que fazer.
Desde quando ela tinha aceitado, nunca tivera dito “não”, nunca
tivera dito que não queria mais. Mas, talvez, ela tivesse dito em
outras palavras. Ou demonstrado. Mas ele não ouviu. Não interpretou
corretamente. Não viu. Mas agora ela tinha outro. Ele não queria
desistir. Não queria imaginá-la com outro. Não queria perder o
grande amor da vida dele. Por mais que ele não quisesse desistir
dela, por mais que ele não quisesse desistir do amor, ele não
conseguia agir, não conseguia fazer nada, pois ele já imaginava que
o que ela queria era o outro e não ele, e ele não queria lutar
contra o que ela queria. Mesmo ficando triste. Mesmo achando que o
outro não era o ideal para ela. E agora, dia após dia, ele vive com
ela no pensamento, triste. Ele deixou ela ser a vida dele, e agora a
vida dele está sendo a vida de outro. E ele está perdendo a razão
de viver. Imóvel. E enquanto isso, o amor, continua crescendo.
Infinitamente.
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