domingo, 16 de setembro de 2012

Ele não sabe amar...

Começou com uma paixão, paixão já conhecida, paixão normal, esse sentimento ele já conhecia de cor, já tivera outras paixões, várias outras, com esse sentimento ele sabia lidar... Só, que a paixão cresceu muito rapidamente, transformando-se em um sentimento novo, totalmente desconhecido, um sentimento muito intenso. E logo, esse sentimento não rotulado, se transformou no maior sentimento possível, no amor. Ele já havia amado também, mas esse amor era diferente, era mais forte, mais intenso, infinitamente maior em todos os sentidos... E com isso, ele não sabia lidar. Amor. Ele estava amando aquela que ele chamava de amiga, aquela que ele tinha um sentimento lindo de amizade, aquela que ele dependia para ser feliz. Ela, era essencial para a felicidade dele. Só que agora ele não a via apenas como amiga, agora ele queria algo mais. Só que a amizade ainda era essencial, importante demais para arriscar, tentando conseguir algo mais... Então, ele ficou calado, guardou esse sentimento por um tempo. Só que ele não consegue guardar os sentimentos, então, ele contou para ela o que sentia, mas deixou bem claro o medo de perder ela de alguma forma, deixou claro que ele queria algo mais, mas que a amizade era essencial e suficiente, caso ela não quisesse o mesmo que ele... Ela ouviu os sentimentos dele, mas não se pronunciou sobre. Ele não sabia o que ela achava, o que ela sentia, o que ela queria. Conforme o tempo fora passando, o amor, sentimento mais belo, que ele tinha por ela, foi crescendo, ficando tão grande que ele nunca tinha imaginado algo assim. Nunca tinha imaginado sentir isso por ninguém. Algo novo, totalmente novo para ele. Ele estava muito feliz com a amizade dela, só que ele nunca seria completo somente com a amizade, ele queria algo mais. E quando ele viu que talvez ele tivesse um pouquinho que seja de chance de ter algo mais, sem prejudicar a amizade, ele começou a agir. Sempre conversando com ela, sempre deixando ela saber tudo que ele sentia, tudo que ele queria. Até que ele fez o pedido, meio informal, não o fez pessoalmente. Ela, disse que precisava pensar. E foram longos dias dela pensando e dele na dúvida que ia deixando-o triste e feliz ao mesmo tempo. Não foram muitos dias para ela ter a resposta. E a resposta foi a que ele queria. Ela aceitou. Porém a resposta também foi meio informal, não sendo pessoalmente. Então, agora eles precisavam se ver. Só que isso era muito complicado para ela, pois ela precisava de permissão dos pais para poder sair. E essa permissão, não chegou tão rápido quanto deveria. E por ciúme, ele pois tudo a perder. E ela, pela falta de compreensão, deixou que tudo se perdesse. A amizade, havia se perdido. O que ele tão sonhava, que estava mais perto da vida real, havia se perdido. Ele sofrendo. Ela sofrendo, também, talvez. Ela era mais forte com os sentimentos, talvez ela já os conhecia bem, talvez ela já soubesse como lidar com eles. Ele, apesar de já tê-los sentido antes, nunca soubera lidar. Ele não sabia amar. E com isso, ele ia se afogando mais e mais no mar de ilusões. Até, que meio que por parte dos dois, eles voltaram a amizade que nunca tivera acabado. Ele resolveu ir vê-la, pessoalmente. O primeiro encontro. De amizade, é claro. Mas, o primeiro encontro. Ele, tendo ela, a frente dos olhos, vendo aquele sorriso, aqueles lábios. Só pensava em beijá-la. Mas, ele não sabia se ela queria. Ele não queria estragar o momento feliz. E por mais que fosse forte a vontade de beijá-la, de tê-la. Ele resistiu. Ficando lá, apenas como amigo. E, depois que ele foi embora, todos os momentos ficaram se repetindo na mente dele. Cada momento. Cada detalhe. Cada olhar. Cada sorriso. Cada palavra. Cada risada. O que aconteceu naquele dia, ficou na mente dele, como se fosse um filme que ele já tivesse assistido dezenas de vezes. Então, ele precisava vê-la de novo. Ele precisava da presença dela, mais do que precisava de ar para respirar. E o acaso, decidiu fazer um novo encontro dos dois. Se encontraram no ônibus, indo para o Centro da cidade. Para ele, foi um curto tempo, mas, tempo esse que permitiu novos momentos, como a segunda parte do mesmo filme. E agora, ele tinha mais imagens na mente, sendo vistas um milhão de vezes por segundos. E o amor só aumentava. Em um outro dia, novamente ele foi vê-la. Mais imagens. Mais memórias. Mais sorrisos. Mais histórias. Não era fácil para ele vê-la e não poder beijá-la. Mas, ele não queria fazer nada que não fosse a vontade dela. Ele não queria estragar nada. Talvez, ela também quisesse, mas ele não era muito bom em interpretar os sentimentos alheios. Até, que, talvez, por ele não ter agido, não ter encontrado o melhor momento. Surgiu um outro. Outra pessoa que fazia ela feliz. Outra pessoa que fazia ela mais feliz. Talvez, para ela, outro amor. O único amor. E isso destruiu todas as esperanças dele. Ele ficou sem saber o que fazer. Desde quando ela tinha aceitado, nunca tivera dito “não”, nunca tivera dito que não queria mais. Mas, talvez, ela tivesse dito em outras palavras. Ou demonstrado. Mas ele não ouviu. Não interpretou corretamente. Não viu. Mas agora ela tinha outro. Ele não queria desistir. Não queria imaginá-la com outro. Não queria perder o grande amor da vida dele. Por mais que ele não quisesse desistir dela, por mais que ele não quisesse desistir do amor, ele não conseguia agir, não conseguia fazer nada, pois ele já imaginava que o que ela queria era o outro e não ele, e ele não queria lutar contra o que ela queria. Mesmo ficando triste. Mesmo achando que o outro não era o ideal para ela. E agora, dia após dia, ele vive com ela no pensamento, triste. Ele deixou ela ser a vida dele, e agora a vida dele está sendo a vida de outro. E ele está perdendo a razão de viver. Imóvel. E enquanto isso, o amor, continua crescendo. Infinitamente.

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